As abelhas são capazes de construir painéis com simetria perfeita e são 'arte pura'

Crédito da imagem: Elke Haege (a) e Tim Heard (b – d))
  

Uma série de estudos e investigações descobriu que existe uma espécie de abelha que constrói favos 'muito perfeitos' e incrivelmente bonitos.


Todos nós sabemos que as abelhas são as espécies declaradas ‘mais importantes do mundo’ e que além de cumprirem uma importante tarefa de equilibrar o planeta, também são capazes de criar arte. É o caso de uma espécie de abelha endêmica da Austrália, a Tetragonula carbonaria.


O curioso desta espécie rara de abelha é que não tem ferrão, não trabalham 'para ninguém', não seguem qualquer tipo de instrução nem trabalham em grupo, no entanto, o seu trabalho individual é capaz de criar painéis com as formas mais artísticas e complexas para imitar em todo o mundo natural.


Crédito da imagem: Elke Haege (a) e Tim Heard (b – d))

O estranho mas incrível trabalho destas abelhas chamou a atenção do Instituto Andaluz de Ciências da Terra (IACT) que realizou uma série de investigações sobre a 'matemática' na construção dos seus complexos painéis, concluindo os especialistas afirmam que 'cada abelha caminha até a última célula construída e adiciona a sua por sua própria conta e risco.' O surpreendente é que o resultado está longe de ser imperfeito e pelo contrário criam painéis com formas maravilhosas.


“Sempre se pensou que havia um fio condutor, a abelha rainha por exemplo, que dava instruções às operárias para a construção do favo. Falou-se de um molde químico, baseado nos seus feromônios, que os trabalhadores sabiam interpretar e os levaram a construir o favo de forma específica”, disse Bruno Escribano, que integrou o grupo de especialistas que realizou os estudos na espécie. "Cada animal decide onde construir a próxima célula com base no que chamamos de regras locais." O que significa que cada um "toma suas próprias decisões" sem obedecer a ninguém ou seguir qualquer padrão.


“Os padrões observados são, portanto, um fenômeno emergente decorrente do comportamento local dos trabalhadores”, explica Bruno Escribano. “Essas abelhas coordenam suas ações através da modificação do ambiente, não precisam de um plano diretor. Eles nem precisam se comunicar”, disse o especialista. Ao modificar seu ambiente localmente, a auto-organização surge quase do nada. “As estruturas surgem como resultado de ações simples acumuladas”


O estudo foi realizado por seis membros do Instituto Andaluz de Ciências da Terra (IACT) e publicado recentemente na revista científica Journal of the Royal Society Interface. Se você deseja informações mais detalhadas, nós o convidamos a visitar o site deles.


Sem dúvida, esse tipo de pesquisa é capaz de demonstrar o quão perfeita e equilibrada é a natureza, capaz de criar arte bela e complexa no lugar menos esperado.


Com informação livescience/eltierrero

Imagens: Elke Haege/Tim Heard