Madeireiros estão cortando árvores de 500 anos na Amazônia para fabricar 'pisos luxuosos'


A realidade das árvores de casca avermelhada é bastante preocupante, já que a destruição de seu hábitat a cada dia fica mais encurralada na Amazônia peruana, o governo tem sido ineficiente em seu trabalho de proteção e pressão sobre o comércio de madeira.

Pesquisadores dizem que se medidas não forem tomadas, esta espécie de árvore pode ser extinta em 10 anos. (Em 2018, mais de 4 mil m3 foram extraídas ilegalmente).

Um dos grandes desafios da Amazônia é o corte indiscriminado e ilegal de árvores com mais de 500 anos. Alguns cientistas asseguram que poderiam ser os últimos dias para espécies como o shihuahuaco.


"O Shihuahuaco não é a primeira vítima da demanda por madeira e pela mão do homem. Antes, a pressão comercial colocou a extinção espécies como o mogno e o cedro."

Até agora, o Peru mantém acordos sobre espécies ameaçadas, como o cedro e o mogno, cuja madeira de alta qualidade é cobiçada pelos madeireiros.
Daniel Valle, perito peruano em conservação biológica, afirma que "hoje o mogno é escasso e que agora do mesmo modo o shihuahuaco é ameaçado". O último relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e do Instituto Tecnológico de Produção (ITP) - CITEmadera, detalha que estes três departamentos concentram mais de 60% das empresas e 79% da faturação de negócios no setor da silvicultura e extração de madeira.

Da Amazônia para o mundo
Essas espécies têm como destino principal: Estados Unidos, seguidas pela China, México e República Dominicana.
Os dados obtidos por fiscalizadores entre 2009 e 2017 confirmam que quase 2 milhões de metros cúbicos de madeira de origem ilegal foram comercializados. Isso pode ser comparado a 75 mil caminhões carregados com madeira, como confirmado pela Agência de Supervisão de Recursos Florestais (Osinfor).

Negócio redondo
Os invasores ilegais aproveitam a pouca regulamentação e a falta de presença das autoridades para pôr fim a tudo.

Essa crescente demanda por madeira já custou a vida de vários líderes sociais indígenas que enfrentam todos os dias os riscos para evitar a destruição da selva. Como em 2014, o líder Edwin Chota que foi "dispensado" nas proximidades de seu território por denunciar a derrubada ilegal de árvores. A fiscalizadora só respondeu à sua queixa muito depois de terem acabado com sua vida.
O negócio ilegal da madeira amazônica é um dos mais lucrativos da região e sua possível solução é a categorização das espécies, o trabalho conjunto entre os órgãos de controle, as organizações protetoras e as comunidades indígenas apoiadas pela força pública com objetivo de proteger e respeitar a selva.


Fonte: lavozdeldespertar