Mãe sai do coma após 23 dias ao sentir filho sobre o peito


Ao dar à luz em Fortaleza (CE), Amanda Cristina Alves da Silva, de 28 anos, entrou em coma, sem emitir respostas a nenhum tipo de estímulo sensorial ou auditivo. Tudo mudou 23 dias depois, quando a equipe do hospital decidiu colocar mãe e filho em contato físico. Ao sentir o toque da pele do bebê no peito, ela chorou.

“Saíram lágrimas de seus olhos e o coração acelerou. Ela também começou a produzir leite espontaneamente, ser sem estimulada. Mais tarde relatou ao médico que se emocionou ao sentir o cheiro do bebê”, informou a Maternidade-Escola Assis Chateubriand por meio de sua assessoria de imprensa, onde ocorreu o caso.

Amanda entrou em coma ao dar à luz. Prestes a entrar na 37ª de gestação, ela teve uma convulsão – ela sofre de epilepsia crônica — e foi levada a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), sendo encaminhada à Maternidade-Escola Assis Chateubriand, da Universidade Federal do Ceará (UFC), especializado em casos de risco, onde passou por uma cesárea de emergência.

Não havia perspectiva de Amanda sair do coma, que seria encaminhada para “tratamento paliativo com alta domiciliar”. “Ela estava de olhos abertos, mas não reagia a nada nem apresentava movimentos”, informa.

A maternidade afirma que, graças a uma conduta de humanização dentro da UTI estabelecida pelo Ministério da Saúde, a equipe multidisciplinar se reuniu para tomar resoluções nesse sentido. “Foi quando uma enfermeira da equipe teve a ideia de pegar o bebê, que ainda estava no hospital, e colocá-lo em contato com a mãe”.

Um infectologista garantiu que a iniciativa não traria riscos à criança, de acordo com a assessoria.

Após o contato com o filho, Amanda passou a melhorar progressivamente, tendo alta hospitalar 20 dias depois sem nenhuma sequela.
O caso chamou tanta atenção que vai virar caso de um estudo qualitativo dentro da Maternidade-Escola. “Não temos uma resposta científica para o que ocorreu e não esperávamos uma recuperação tão rápida da Amanda. Vamos estudar a importância desse atendimento humanizado e a importância do contato pele a pele entre mãe e filho”, afirmou Fabíola.